24 de outubro de 2011

Diário dos Mortos

Dia 1 (Laau Geek)

Notebook?Ok. Celular? Ok. Pen drive? Ok. Tablet? Ok. É... parece que as coisas que realmente importam estãoaqui... Relógio marcando 7:00 da manhã, Santarém, Pará... Nervosismo batendo eparei pra pensar nas coisas maravilhosas que acontecerão quando eu, enfim,chegar no campus da faculdade... Última parada, Salvador, não aguento maisficar sozinha ouvindo Tarja! Já li todos os livros da biblioteca virtual doIPhone. Aproveitei para fazer um ultimo post no meu blog enquanto não chego aoRio de Janeiro.
Mal terminei de postar, e já voltei àsolitária poltrona do avião... Incrível como todos os passageiros tinhamcompanhia, menos eu. Até que um sujeito estranho sentou ao meu lado, me olhoupelo canto dos olhos, mas, sem me dar importância alguma, acomodou-se e abriuum livro que, por sinal, eu estava louca pra ler. Ok, só um Nerd leria “Guerrados Tronos” em uma viagem e, sem me conter, perguntei: “posso ver seu livro?” Eleme olhou apaticamente e estendeu-me o livro. A partir daí, a conversa fluiu etratei de dar meu e-mail e numero de telefone pra ele porque, até onde eu vi,ele era incrível e, assim como eu, também iria se perder na cidade maravilhosa.

Dia 2 (Laau Geek)

Depois de um dia inteiro de viagem, chegamos ao Rio. Trateide pegar minha bagagem e voar pro apartamento do meu tio, um sujeito forte efissurado por eventos ao ar livre, principalmente quando estes envolvem caça epesca. Ao chegar ao apartamento, quase tive um AVC, aquilo mais parecia umlocal de apreensão de armas! Fiquei com medo de acabar pisando em algumaespingarda e morrer sem querer... Cuidadosamente fui até meu quarto, deitei noprojeto de cama que ali se encontrava e apaguei.

Dia 3 (Laau Geek)

Depois de descansar muito, nada melhor do que iniciar minhavida nova fazendo o que sei de melhor: Jogar Zombie Crisis 3D no PsP... Depois de jogar,levantei e, ao procurar pelo meu tio, notei que o mesmo não se encontrava emcasa... Ótimo, to sozinha, sem nada pra fazer, dentro do apartamento de ummaluco, em uma cidade da qual só ouvia falar! Resolvi sair e passear umpouco... Que cidade estranha, com toda certeza não era parecida em nada com oRio de Janeiro que as pessoas de Santarém falavam. Depois de horas e horasandando e de quase me perder em meio àquele turbilhão de silêncio de filmes develho oeste, encontrei um mercadinho... Entrei correndo, pois estava morta defome, e não vi ninguém ali, nenhuma viva alma! Peguei três pacotes de Doritos, deixeio dinheiro no balcão e continuei minha caminhada, já enxergando o pôr-do-sol.Entrei em casa, procurei pelo meu tio e o encontrei apagado na cama, com umarevista em cima do rosto. Resolvi seguir seu grande exemplo e deitei... Fiqueilendo minhas revistas no tablet e, sem que eu percebesse, o sol surgiu.

Dia 4 (Laau Geek)

Levantei da cama num salto e, depois de uns exercíciosmatinais, ou seja, olhada no facebook, atualização do blog e afins, andei pelominúsculo arsenal de armas que meu tio chamava de lar, e notei que elenovamente não se encontrava em casa... Liguei a tevê e o fim de uma chamada deúltima hora do jornal me fez ficar curiosa. O cara do jornal dizia: “e têm sidocada vez mais frequentes! Pedimos a todos que fiquem em suas casas e...”. Depoisdisso, o apartamento inteiro apagou, pensei “ótimo, faltou energia”. Algumacoisa estava acontecendo no Rio de Janeiro e eu não estava sabendo e, pelovisto, a tal coisa era bem grave... Eu queria descobrir o que era, só queprecisava dormir e comer antes, pois ninguém é de ferro e ficar a noite todalendo foi bem cansativo. Depois de preparar um almoço improvisado e comer à luzdo IPhone com o candle, deitei e apaguei. Acordei com meu celular informandoque eram 11:00 da noite e fiquei jogando a noite toda, afinal a energia aindanão tinha voltado, por isso acabei esquecendo de investigar o tal“acontecimento frequente” que o repórter falou no jornal.

Dia 5 (Laau Geek)

“Nossa,preciso começar a interagir com essa cidade! Já chega de bancar a prisioneira.Preciso de um pouco de espaço...” Pus-me de pé, fiz café, peguei uns biscoitosna despensa e imaginei que, talvez, abrir a janela e pegar um pouco de arresolvesse esse meu sentimento de repulsa... Ok! Das duas, uma: ou eu jogueimuito Zombie Crisis e estou tendo alucinações, ou eu estou vendo um eventozumbi na janela da minha casa! Nossa, eles são bem mais reais do que nas fotosque eu via no google... Nenhuma das duas opções foi aceita, porque a únicaideia existente e cabível era de que aquele grupo de indivíduos eram zumbis deverdade! Só cheguei a essa conclusão depois que eles fizeram uma moça empedaços bem na minha frente! Eu só podia estar ficando louca, mas, mesmo louca,senti um impulso terrível e bati a janela, depois me certifiquei de fechartodas as possíveis entradas do apartamento, peguei meu PsP, um revólver e umresto do almoço do dia anterior e sentei no canto da sala de estar... Horas ehoras passaram e eu nem me movia. Continuava ali, quieta, com medo até de respirar,pra não atrair os zumbis...

Dia 6 (Laau Geek)

Olhei na tela do PsP , que marcava 05:00 da manhã. A essahora, eu já estava morrendo de vontade de abrir a janela pra ver o que sepassava lá fora, e morrendo de fome, e morrendo de sono... Num ato de coragem,levantei e fui buscar algo pra comer. Ao chegar à cozinha, um susto, a comidaque tinha ali não ia me manter por mais nenhum dia, eu precisava sair daqueleapartamento, mas como? Mal abri o ultimo pacote de biscoitos que encontrei, eouvi uma música familiar... Era meu celular. Saí correndo e o peguei, olhei novisor e era Carlos, o nerd do avião! Logo atendi, temendo que ele estivesse emalgum lugar perigoso, e ele, tentando parecer calmo, disse: “você tá bem? Eu toindo te buscar, onde você tá?” imediatamente, peguei um papel no bolso dabermuda onde minha mãe tinha escrito o endereço do meu tio, e repetiexatamente. Depois disso, ele disse, com uma voz angelical: “Fica calma, agentetá indo.” Agora era só esperar.

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